Publico aqui poeminha lindo, de inspiração plutoniana, da minha querida amiga Regina Knifer.
Samba-mantra Imaginário
quem me dera, imaginação querida,
despertar doce e charmosa e faceira
por entre remelas e bocejos,
se escondem tantos caracóis de desejos...
e a pestana libertaria em malícia
o véu transparente de um beijo
a arrepiar e escorrer pelas entranhas
e a desavergonhar as vergonhas
(na sutil cadência de um mantra,
orvalho de loucuras e begônias...)
tão mulher, tão menina,
tão puta, tão santa
tão bruxa, tão fada,
tão musa, tão farta
que dos meus seios qual mel jorraria
a partitura de um sambinha antigo
a embalar-me, junto ao dorso-abrigo
num prévio suspiro, o futuro desatino:
("se o amor rima com dor,
quero morrer AGORA em ti, em prosa e verso...")
e enfim adormeço, pois já raiou o dia
e cedo calor para a fria agonia,
que é nunca acalmar as agruras,
que é nunca tocar as nervuras,
que é nunca voar nas alturas
das nuvens dos abraços teus...
quem me dera, imaginação querida...
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