domingo, 8 de novembro de 2009

Fim de tarde...

Quase melancólica...
Talvez por achar bonito ser assim,
Talvez por ser inevitável...
Escuto xilofones, sinos e cravos
Numa canção antiga de amor.
Começa a fazer frio, mas não chove, nem venta.
Está tudo levemente úmido, prestes a secar.
As plantas da minha varanda dormem ninadas pelos passarinhos.
Eu as observo sendo calmas e verdes,
esperando pelo carinho do luar minguante
que nos visitará em breve.
Observo-as aparentemente imóveis.
Acendo um incenso, já que não fumo...
Enfeito o ar com o aroma doce de angélicas e alecrim.
Respiro, miro, quase choro.
Me vence um sorriso pequeno no canto da boca cantarolante
Em Mi maior.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Embriaguez

É PRECISO QUEBRAR OS OSSOS DE VEZ EM QUANDO, RASGAR A CARNE, SE EMBRIAGAR...NÃO SÓ DE VINHO, COMO DISSE BAUDELAIRE, MAS DE VIDA...

DA VIDA QUE TEIMAMOS EM ENTERRAR TODOS OS DIAS, MAS QUE BROTA, CONTRA A VONTADE ESTRANHA QUE TEMOS, DE QUANDO EM QUANDO, DE QUERER QUE ELA SEQUE...

BROTA TODOS OS DIAS, PARA PROVAR QUE É INDEPENDENTE DA NOSSA VONTADE DE NÃO AMAR O SOL, DE NÃO AMAR AS FLORES, DE NÃO ESTARMOS O TEMPO TODO TONTOS POR CAUSA DO ÁLCOOL ARREBATADOR DOS NOSSOS SENTIDOS...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cavaleiro de copas

Me sinto uma borboleta flutuando no espaço-tempo.
Tonta! Embriagada de contentamento – numa meditação não planejada, feita de afeto e nada mais.
E nesse lugar e momento em que fluo livremente, não existem regras...
Só existe o êxtase sereno do toque e do silêncio marrom impresso nos seu olhar telepático...
Nada existe em mim além de suspiros misturados ao sono morno e à luz do sol que eu vi nascer pela manhã ainda azul-escura.

sábado, 26 de setembro de 2009

Carta triste de despedida a uma das pessoas mais lindas que eu conheci nessa vida

Muito triste quando a vida acaba em plena primavera, desrespeitando o ciclo natural das coisas...
Um vazio se instala...
Uma linda flor se transforma em estrela antes do tempo e, mesmo que haja a certeza de que lá, em companhia de anjos e serafins a vida será melhor, longe da maldade humana, longe da dor que nos acompanhará aqui, por muito tempo nossos corações chorarão em silêncio e nossas consciências clamarão por justiça, nesse mundo cada vez mais louco e assustardor em que vivemos.
Querida amiga Polyanna, você jamais será esquecida!
Com amor,
Thaís


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

No hay porque



A beleza da vida tem me tirado muitas lágrimas.

Em alguns relances é possível sentir-me parte de tudo e sentir as coisas como elas realmente são – e tudo é muito arrebatador... e tudo é silencioso...

Tudo vem de dentro e de fora ao mesmo tempo e a voz do silêncio é o entendimento entre essas duas forças contraditórias.

E os Beatles cantando “because” é umas das coisas mais lindas que eu já ouvi: “Because the Sky is blue, it makes me cry...”

Acho que é disso que eu falo: porque existe beleza no mundo, eu choro…

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ela enfim chegou...

       
Poesia linda da minha poeta favorita:



A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes,
— e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododentros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvi­dos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

(Cecília Meireles)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Ano de Escorpião


Há muito tempo não escrevo... Por falta de tempo, de disciplina principalmente...
Mas não me tem faltado a inspiração que vem de repente, sempre quando não há papel e caneta à mão... Vem-me assim nas horas mais cotidianas – que para mim são as mais repletas de filosofias e contemplações...
Ontem catei amoras na rua e foi uma sensação tão boa: tão romântico colher aquelas frutinhas pretas por fora e intensamente vermelhas por dentro. Tão bom brincar com os galhos finos da amoreira, treinar o olhar para detectar em meio às amoras ainda brancas aquelas que já conseguiram amadurecer... Tão bom constatar que cada ser na face dessa Terra tem seu tempo para tornar-se aquilo que sempre foi, aquilo que sempre esteve gravado em suas células (e em suas almas), para cumprir o seu destino, seja ele qual for.
Tão bom ir aperfeiçoando a qualidade de aprender com tudo o que vive, com o diferente de nós, com as coisas mais simples e invisíveis para aqueles que têm olhos desatentos, que não enxergam senão a si mesmos e, sem querer, desprezam todas as vidas que fazem parte da Vida.
Sigo assim... O tempo todo contando histórias para mim mesma, filosofando com os meus botões e com os botões de rosas... Deixando a existência fluir nas minhas veias, tentando aceitar tudo o que vem e vai e tudo o que existirá para sempre, por mais que o para sempre seja tão, mas tão angustiante!
Tenho chorado muito também. Quando vejo, as emoções transbordam em forma de lágrimas, as confusões se instalam e de repente somem e me visitam e me dizem adeus... Nada é estável ultimamente. E isso seria possível?
Não sei... Mas para ser bem sincera, tenho tentado ao máximo não me deixar consumir pelos questionamentos que eu ainda não posso responder... ao mesmo tempo em que adoro pensar nas coisas para as quais eu tenho certeza que jamais encontrarei respostas...
Tenho sido bem analítica, tentado analisar meus julgamentos e opiniões, mas também tenho me permitido fazer julgamentos errôneos, humanos... Tenho me permitido permitir-me a mim mesma... E tem sido bom de uma forma estranha... Estranha no sentido de diferente...
Muitas coisas têm sido difíceis... Em especial as coisas pequenas sobre mim mesma... Pequenas e importantes coisas – tão importantes como as amoras negras, difíceis de serem vistas, que brotam do dia para a noite e em pouco tempo tingem o chão quando caem... Afinal, cair nunca é neutro, nunca é sem cor, e normalmente é mesmo vermelho...
Ai, ai... Que transbordamento mais calmo aqui dentro! Como tenho sido espontaneamente barroca nesses últimos tempos... Ou quem sabe durante toda essa minha vida...
Tenho amado o silêncio, tenho tentado o silêncio e aceito que ele também tem o seu tempo de vir a ser, mesmo num mundo onde todos devem ter opiniões, em que todos devem dizer alguma coisa com propriedade... E nesse mesmo mundo, tenho tentado ao máximo dizer “eu não sei” , justamente para descobrir as respostas que não são formuladas para agradar os outros ou fazer tipo e sim as respostas que de fato me satisfaçam ou me acalmem.
Tenho brincado com os cristais e deixado que eles cochichem segredos antigos nos ouvidos da minha alma, tenho amado cada vez mais as plantas e ficado feliz com elas – elas, assim como as pedras, há muito tempo aprenderam a se comunicar sem palavras, silenciosa e sabiamente. Quantas lições! E quantas mais eu ainda tenho que aprender! Mas tenho treinado a calma... tenho sim... a calma é como as essências extraídas lentamente das flores: preciosa e perfumada...
E é assim que vou indo... Sabendo que ser é a conjugação de diversos estares...
Apesar de todos os desafios, e talvez justamente por causa deles, Estou bem.

Por causa da primavera que vem chegando...


Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
De qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
No teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
Ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
Embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
Me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

Ou se quiseres me ver fechado, eu e
Minha vida nos fecharemos belamente, de repente
Assim como o coração desta flor imagina
A neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

Nada que eu possa perceber neste universo iguala
O poder de tua intensa fragilidade: cuja textura
Compele-me com a cor de seus continentes,
Restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
E abre; só uma parte de mim compreende que a
Voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

E. E. Cummings

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Uma Carta de amor escrita por Fernando Pessoa

Ophelinha:

Agradeço a sua carta. Ella trouxe-me pena e allivio ao mesmo tempo. Pena, porque estas cousas fazem sempre pena; allivio, porque, na verdade, a unica solução é essa - o não prolongarmos mais uma situação que não tem já a justificação do amor, nem de uma parte nem de outra. Da minha, ao menos, fica uma estima profunda, uma amisade inalteravel. Não me nega a Ophelinha outro tanto, não é verdade?

Nem a Ophelinha, nem eu, temos culpa nisto. Só o Destino terá culpa, se o Destino fosse gente, a quem culpas se attribuissem.

O Tempo, que envelhece as faces e os cabellos, envelhece tambem, mas mais depressa ainda, as affeições violentas. A maioria da gente, porque é estupida, consegue não dar por isso, e julga que ainda ama porque contrahiu o habito de se sentir a amar. Se assim não fosse, naão havia gente feliz no mundo. As creaturas superiores, porém, são privadas da possibilidade d'essa illusão, porque nem podem crer que o amor dure, nem, quando o sentem acabado, se enganam tomando por elle a estima, ou a gratidão, que elle deixou.

Estas cousas fazem soffrer, mas o soffrimento passa. Se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão de passar o amor e a dor, e todas as mais cousas, que não são mais que partes da vida?

Na sua carta é injusta para commigo, mas comprehendo e desculpo; decerto a escreveu com irritação, talvez mesmo com magua, mas a maioria da gente - homens ou mulheres - escreveria, no seu caso, num tom ainda mais acerbo, e em termos ainda mais injustos. Mas a Ophelinha tem um feitio optimo, e mesmo a sua irritação não consegue ter maldade. Quando casar, se não tiver a felicidade que merece, por certo que não será sua a culpa.

Quanto a mim...

O amor passou. Mas conservo-lhe uma affeição inalteravel, e não esquecerei nunca - nunca, creia - nem a sua figurinha engraçada e os seus modos de pequeneina, nem a sua ternura, a sua dedicação, a sua indole amoravel. Pode ser que me engane, e que estas qualidades, que lhe attribúo, fossem uma illusão minha; mas nem creio que fossem, nem, a terem sido, seria desprimor para mim que lh'as attribuisse.

Não sei o que quer que lhe devolva - cartas ou que mais. Eu preferia não lhe devolver nada, e conservar as suas cartinhas como memoria viva de uma passado morto, como todos os passados; como alguma cousa de commovedor numa vida, como a minha, em que o progresso nos annos é par do progresso na infelicidade e na desillusão.

Peço que não faça como a gente vulgar, que é sempre reles; que não me volte a cara quando passe por si, nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor. Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infancia, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras affeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memoria profunda do seu amor antigo e inutil

Que isto de "outras affeições" e de "outros caminhos" é consigo, Ophelinha, e não commigo. O meu destino pertence a outra Lei, de cuja existencia a Ophelinha nem sabe, e está subordinado cada vez mais á obediência a Mestres que não permittem nem perdoam.

Não é necessario que comprehenda isto. Basta que me conserve com carinho na sua lembrança, como eu, inalteravelmente, a conservarei na minha.


Fernando

29/XI/1920

terça-feira, 7 de abril de 2009

Melancolia, parte II

Te vi indo embora.
Fechei a porta, cerrei os olhos molhados, adormeci.
Acordei sem vontade, ainda triste, cara inchada de chorar.
Saí para o trabalho, fechei os vidros do carro, como se ali dentro eu pudesse me isolar da vida que continua, independente de nós.
Vi os mesmos carros apressados, uns indo para o sul, outros para o norte, correndo, sem parar para pensar. Liguei o som e coloquei uma trilha sonora para aquele momento em que eu gostaria de não pertencer a esse mundo... os carros continuaram indo para onde tinham que ir, eu mesma coloquei a primeira marcha, assim que o farol abriu, e continuei indo para onde eu deveria ir.
Mantive as janelas fechadas para isolar o barulho de fora, para escutar somente o barulho de dentro, que por um instante não pertenceu a nenhum lugar...
Não fez silêncio, David Bowie continuou a cantar para nós dois por um breve momento, então eu desliguei o som e segui meu caminho.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

melancolia, parte I

Te vejo sozinho, saboreando seu amor cabernet-sauvignon sentado num canto do quarto vazio, procurando em vão os culpados para poder absolvê-los e quem sabe também ser absolvido.
Eu do lado de cá, sorvendo goles de um vinho lacrimoso, exageradamente doce, que chega dói a garganta, estou sem ação, cansada, triste e frustrada...
Escuto mil vezes a mesma música pra aumentar a minha dor... dizem que isso é ser romântico... talvez isso seja somente ridículo e ultrapassado.
Escuto Cazuza e escrevo essas linhas que você provavelmente nunca vai chegar a ler...
Um filme invisível me passa de novo pela cabeça... eu rebobino, passo em fast-forwards e me pergunto se dessa vez seguiremos mesmo em frente...
Cenas parecidas nesses últimos anos... finais praticamente os mesmos, praticamente pelos mesmo motivos, com a mesma cor, a mesma falsa esperança de que algum dia dê certo, de que algum dia deixemos de nos magoar... para sempre...
Vai saber...
Boa sorte!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Luto

O luto é um sentimento humano de pesar pela perda de outro ser humano. O luto tem diferentes formas de expressões em culturas distintas.
O uso de determinadas cores por exemplo, pode indicar que um indivíduo ou grupo está em luto. Um povo ou país, quando da morte de uma personalidade importante pode entrar em luto também.
Antigamente, quando uma amigo ou familiar de uma pessoa morria, ela usaria roupas pretas para mostrar seus sentimentos pela pessoa.

Entende-se por luto não somente a reação vivenciada diante da morte ou perda de um ser amado, mas também as manifestações ocorridas em outras perdas, como separações de familiares, de amigos, conjugais. Lembranças de valores emocionais, como mudanças de casa e de país, remetem ao processo de luto. Frente à instalação destas perdas significativas, o luto é visto como um processo mental que as designa.

A característica inicial do processo de luto acontece pelas relembranças da perda aliada ao sentimento de tristeza e choro, sendo que a pessoa se consola logo após. Este é um processo que evolui, onde as relembranças são intercaladas com cenas agradáveis e desagradáveis, sem, necessariamente, ser acompanhadas de tristeza e choro. Além destes sentimentos, é comum o choque, a raiva, a hostilidade, a solidão, a agitação, a ansiedade, a fadiga. Sensações físicas como vazio no estômago e aperto no peito podem ocorrer. A duração deste processo é inconstante e seguido de uma notável falta de interesse pelo mundo exterior. Com o passar do tempo, o choro e a tristeza vão diminuindo e a pessoa vai se reorganizando, porém é um processo a longo prazo e os episódios de recaída são comuns.

É importante salientar que a dor da perda não pode ser avaliada, cada pessoa deve ser entendida em sua necessidade, com suas características e reações peculiares.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luto

segunda-feira, 23 de março de 2009

Elemento ÁGUA



Vídeo em homenagem à minha querida amiga elemental das águas: Fernanda Martins Dias: sol, vênus e marte em peixes na casa 8 de escorpião, além de ascendente e lua em câncer -todos signos do Elemento Água - o elemento da fluidez, das emoções, da fecundidade, da sensibilidade, da poesia, do acolhimento, da profundidade, da transcendência... Um pouco de tudo o que faz parte dela...

Imagens feitas em viagens para Chapada dos Veadeiros, Ilha Grande, Trindade e Fernando de Noronha no período de 2008 a 2009.
Poesia: "Noções" de Cecília Meireles (escorpiniana)
Música: Noturno n°2 em si bemol menor de Chopin (pisciano)

?

É incrível como a vida vai acontecendo... Num dia acordamos e nos damos conta de que crescemos, estamos envelhecendo, que a infância acabou, que a adolescência passou e que estamos indo, indo, indo... Mas pra onde exatamente???
Hoje estava no trabalho, indo beber água, quando de repente me dei conta de que estava numa tarde de segunda, no mês de março, em Brasília, no ministério da cultura, andando com mil pensamentos na cabeça – poucos deles relacionados com o que eu tinha que fazer.
Nem sei o que se passava pela minha cabeça, só sei que nesse momento levei um susto! Não digo que senti meus dias e horas desperdiçados, mas pensei em outras possibilidades. Não senti arrependimento nem frustração, simplesmente pensei que o tempo estava passando e eu ainda estava sendo levada... Que eu ainda não havia decidido para onde ir... Foi estranho.
Senti que havia muitas coisas dentro de mim desconhecidas, querendo sair, se preparando para sair, como se dentro de mim existisse um Alien criativo, uma semente. Não senti ansiedade... Tive certeza que isso aconteceria naturalmente se não houvesse nenhum bloqueio e, mais uma vez, mesmo sabendo que existe algo sendo gerado, sendo nutrido, não tive nenhum vislumbre sobre o futuro, sobre o que e como ele será, sobre o que eu quero que ele seja.
Será normal não ter planos? Será que finalmente estou conseguindo estar no presente somente? Será que finalmente conseguirei deixar as coisas acontecerem ao seu tempo? Será? Ou será que eu simplesmente adormeci?

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A dança




"Oh dia, levanta-te...
Os átomos dançam, as almas, arrebatadas de êxtase dançam, a abóbada celeste, a causa desse ser: a dança.
Todos os átomos que há no ar e no deserto - compreendendo bem - estão apaixonados como nós, e cada um dos elos, se encontra deslumbrado por um sol de alma incondicionada!"
(Jatal-od-Rumi)

Imagem: "Blue dancers" de Edgar Degas

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Minhas palavras estão adormecidas...

...ZzzZ ZZzzzzZ ZZzzZZZz ZzzZZzZz zzzZZZzZZzZ...