quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

auto-sufi-ciência

Senti a brisa morna de verão tocar o meu rosto - a janela do carro aberta deixava-a me acariciar. O céu estava azul cintilante, o anoitecer caía e o trânsito estava mais calmo do que eu podia imaginar. Estava ali, só eu e meus pensamentos e, pela primeira vez em anos, me senti satisfeita, completa – não faltava nada ali... Pela primeira vez em anos eu não precisava de um outro para me sentir feliz e inspirada e essa sensação continuou e até foi crescendo...


Eu estava ali, dirigindo, andando rápido para fazer ventar nos meus cabelos e refrescar mais um pouco a minha alma descansada... Há tanto tempo eu não sentia essa brisa... Há tanto tempo descontentamentos e decepções me consumiram a ponto de eu não me sentir feliz num final de tarde bonito o suficiente para me acalmar o coração e entorpecê-lo de simplicidade...

Algo dentro de mim mudou, num estalo. Talvez já estivesse mudando sem que eu soubesse, mas naquela hora ficou tão nítido para mim: é chegado o tempo da felicidade serena em que eu mesma me arranco sorrisos e suspiros e brinco e fecho os olhos sonhadora, cantarolando a emoção de estar viva, cada vez mais viva!