segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vagueando

Me pousou uma libélula no dedo indicador esquerdo hoje à tarde.
Ela era pequena, preta, com todos os detalhes em azul royal.
Ficou por quase um minuto sentindo o meu cheiro, ou a minha pele, ou simplesmente descansando em mim seu olhar de milhares de olhos em um só.
Tinha quase me esquecido desse instante minusculo-milagroso  que por alguns segundos permitiu a comunicação entre dois seres que se miraram e provavelmente viram coisas absolutamente distintas!
Depois desse quase minuto de mútua contemplação, a libélula se foi... Para tão longe que eu quase me esqueceria dela.
Mas agora escrevendo, me lembro exatamente dos detalhes que ela me permitiu conhecer por não ter voado fugitiva, assustada com o vento forte do meu hálito exclamativo, que para ela poderia ser como um tufão feito de ventos mornos.