quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Decisão de ano novo


Mil quetzales cantam em minha alma.
Escondidos dentro de mim, voam e me fazem cócegas com suas plumas de arco-íris.
Essas serpentes-pássaros que me habitam agora
só se mostrarão àqueles que conseguirem me enxergar para além de minhas máscaras,
Para aqueles que ousarem consentir a transformação das troca sinceras e reais.
Que voem leves como nuvens coloridas!
Que pulem camuflados nos galhos da frondosa árvore da minha vida
E sejam vislumbrados somente por quem busca um verdadeiro encontro.
Não me mostro mais a quem não tem olhos para enxergar o belo, o mágico e o raro:
Para quem tem esse tipo de olhar desatento, já existe todo o resto do mundo...


Obs.: O Quetzal é um belo pássaro de plumagem verde-esmeralda com reflexos dourados. Sua cauda longa ondula quando ele voa. É símbolo de liberdade e usualmente quando em cativeiro se mata. Às vezes, é chamado de "serpente de penas". Ele foi considerado um pássaro sagrado por algumas culturas pré-hispânicas. É uma ave muito rara de se ver.

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais sobre o silêncio


Le Silence

Tanto significa o silêncio... o teu...
Um consentimento, uma recusa ou simplesmente uma pausa que suspende meus desejos, meus tremores de mão e pára meu coração no céu da boca (antes fosse nos teus lábios) ...
Um adeus sem palavras, sem intenção... dado por circusntâncias vazias, sem melodia, que o destino criou sem querer...
Tantos significados e talvez nenhum ( talvez tenhas te calado para mim e pronto!)
Espero chegar o dia em que não haja mais talvezes, em que silencie também a dúvida nos meus pensamentos, que eles sejam apenas um mantra colorido e mudo,
Afinal, as palavras cantam quase nada...  


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ode ao silêncio



É em silêncio aparente que sementes germinam, garras verdes de trepadeiras se enroscam lentamente buscando seu alimento-luz e pétalas caem, uma a uma, para que flores dêem lugar a doces frutos.
Sem palavras, sem ruídos, sem pranto ou risadas audíveis tudo muda.
O segredo, a espera, o não-dizer mantém a energia necessária para que todas as transformações aconteçam.
Nenhuma borboleta completa sua metamorfose fazendo barulho. Elas ficam caladas por fora e cantando por dentro, e é essa canção de silêncio, pausa musical necessária em uma partitura infinita, que inspira o novo.
Silêncio! Psiu!
Que os nossos corações e ouvidos escutem profundamente o que a ausência de palavras nos conta, o que os tons desconhecidos de uma cantiga invisível nos revelam quando vibram docemente nos tímpanos das nossas almas.