sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ode ao silêncio



É em silêncio aparente que sementes germinam, garras verdes de trepadeiras se enroscam lentamente buscando seu alimento-luz e pétalas caem, uma a uma, para que flores dêem lugar a doces frutos.
Sem palavras, sem ruídos, sem pranto ou risadas audíveis tudo muda.
O segredo, a espera, o não-dizer mantém a energia necessária para que todas as transformações aconteçam.
Nenhuma borboleta completa sua metamorfose fazendo barulho. Elas ficam caladas por fora e cantando por dentro, e é essa canção de silêncio, pausa musical necessária em uma partitura infinita, que inspira o novo.
Silêncio! Psiu!
Que os nossos corações e ouvidos escutem profundamente o que a ausência de palavras nos conta, o que os tons desconhecidos de uma cantiga invisível nos revelam quando vibram docemente nos tímpanos das nossas almas.

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