terça-feira, 2 de outubro de 2007

Chuva

A primeira gota de chuva caiu,
levantou um pouco da poeira,
fez minhas narinas sentirem o odor
dos incansáveis ciclos da natureza -
Independentes e necessários.
Cada pétala sentiu o afago dos pingos.
Cada folha se refrescou serenamente.
A terra se nutriu da água
que tortuosamente penetrou o chão
desejoso de lágrimas do céu.
Eu fechei os olhos e respirei devagar
esse cumprimento úmido e celestial.
Adormeci.
Acordei com o canto orvalhado de um sabiá
que mora perto da minha janela.