sábado, 30 de agosto de 2008

Presente



Respiro como há muito tempo não fazia.
Minha pele está em flor: prenúncio de primavera na minha alma,
ela, há tanto tempo desbotada pelo contentamento do mais ou menos...
Renasço sem fazer esforço, pois é assim que deve que ser.
Morrer dói, se reconstruir também, e é inevitável.
Mas depois do luto, arco-íris de desejos brotam, frios na barriga gotejantes viram rios de correnteza forte.
E a luz, depois de um tempo de sombras, irradia mais doce.
A vida pulsa, canções novas ecoam, as idéias ganham asas e pernas para nos levarem mais longe, desde que nos aproximemos de nós mesmos.
A roda gira implacável, como havia sido prometido:
O que está em baixo sobe, o que está em cima desce.
E assim é tecida a teia interminável das nossas vidas -
a única coisa que se pode decidir é se nos deixamos enredar, ou se nos libertamos para saborear infinitamente as surpresas pelo caminho...


Desenho de Thaís Werneck - encantada com as cerejeiras em flor e com a cultura japonesa.

2 comentários:

persona fóssil disse...

E ontem, finalmente, caiu água do céu pra começar a desfazer a aridez dos meses passados...

Thaís Werneck disse...

Pois é...
Eu tinha me esquecido que em Brasília quando faz esse calor quase insuportável, é sinal de que vai chover...
Clima taoísta esse, né? rsrsrs