quarta-feira, 9 de junho de 2010

Contemplativa

Olhando o mar do Arpoador:

Uma espuma nasce da dança de ondas inúmeras e desencontradas - 
Todas simplesmente querendo chegar ao mesmo ponto: o lugar onde abraçam apaixonadamente os rochedos imóveis e impassíveis.
Elas espalham-se brancas e ruidosas e se beijam em redemoinhos de água-marinha.
Os rochedos continuam ali, recebendo esse carinho louco, que devagar,aos pouquinhos, os transforma profundamente. 
É assim essa história de amor 
Em que cada um não pode ser nem mais nem menos do que é, 
Nem tampouco dar mais ou menos do que lhe é possível.
As ondas não podem fugir da sua natureza apaixonada 
E as pedras não podem se furtar da sua existência compassiva.
Assim é.
Quem poderia perceber isso num simples e rápido olhar?
E por isso eu poderia ficar por horas admirando contemplativa 
Esse casamento ancestral tão bonito e verdadeiro...

Um comentário:

Maria Cláudia Cabral|Aika disse...

Espetacular, Tá... Muito em comum nosso olhar...