quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meditação preguiçosa

Dos meus ossos brotam palavras que não se articulam. Elas apenas pulam e correm, deslizam e dançam. Nada querem dizer. Se recusam a fazer sentido.
Independentes de mim, elas rodeiam algo parecido com o meu cérebro. Cochicham sílabas inacabadas. Flutuantes elas me transtornam levemente com a sua existência que não serve para nada.
Minhas pálpebras se fecham levemente, lutando contra minha vontade de me manter acordada.
É nessa batalha preguiçosa que as tais palavras desarticuladas vão se embrenhando em mim.
Carregadas pela minha corrente sanguínea, elas vagam vagarosamente me contando absurdos, enquanto irrigam minha mente com quase-idéias.
Eu observo e escuto quietamente. Nem penso em tentar compreender e, na verdade, nem quero pensar em tentar compreender...
Apenas permaneço encantada por essa canção de ninar subliminar feita de palavras incertas e bobas.
Satisfeita, continuo dormindo de olhos abertos...

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